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Após dois anos de encontros virtuais, Escola de Mães retoma atividades presenciais nas unidades Arteducativas do Axé

O sábado, 10 de dezembro, foi um dia particularmente significativo para todo o universo do Projeto Axé: após dois anos de hiato devido à pandemia, mais de 250 mães e/ou representantes familiares voltaram a vivenciar os espaços educativos que acolhem seus filhos.

Das 8h30 às 12h a Unidade Pelourinho reabriu suas portas para reiniciar os encontros presenciais denominados “A escola das mães” acolhendo as representantes familiares de nossos educandos que há dois anos só puderam participar dos encontros remotamente graças aos 300 dispositivos móveis disponibilizados pelo Projeto Axé.

Num clima de forte emoção para todos devido a uma tão esperada recuperação, o nosso Coordenador Marcos Cândido foi incumbido de conduzir a manhã em que foram desenvolvidos e explorados dois temas principais:

  • “Educação de Rua e método de Abordagem Social”;
  • “Direitos humanos de crianças, adolescentes e jovens em situação de rua”

Os encontros fazem parte de um projeto, iniciado em 2018 e apoiado pela  CEI – Conferência Episcopal Italiana  e pela Fundação San Zeno , que prevê um caminho de apoio e fortalecimento das famílias de nossos educandos.

Visando oferecer um caminho de crescimento e conscientização a todas as famílias de nossos alunos, o  projeto Familíaxé – Um projeto político pedagógico para o fortalecimento das famílias de alunos/alunos  tem como base a constatação da crescente desintegração da família brasileira, a esvaziamento dos valores sobre o qual assenta e a consequente e contínua desresponsabilização dos sujeitos que a deveriam compor e salvaguardar.

É fundamental intervir com cursos de formação dirigidos a adultos se quisermos que o nosso trabalho não se limite a tapar buracos, mas que pretenda ativar processos de transformação social.

Os encontros de formação são, portanto, um espaço democrático de crescimento – um lugar educativo para a construção da cidadania – onde adultos em situação de pobreza têm a oportunidade de vivenciar uma dimensão educativa de discussão e crescimento coletivo.

O valor e a importância dessas reuniões são enormes. As participantes são majoritariamente mulheres solteiras e pobres que têm a responsabilidade de criar seus filhos em um contexto de forte abandono social. Os pais são predominantemente ausentes e, na maioria das vezes, têm vários filhos com mulheres diferentes.

Na perspectiva do Projeto Axé, é impossível defender os direitos dos pequenos se não se trabalhar com seus referentes adultos ao mesmo tempo. A família e, de um modo geral, o mundo adulto continua a ser um ponto de referência com o qual é necessário tecer um diálogo feito de escuta, reflexão crítica e valorização do património cultural e experiencial de que são portadores estes sujeitos.

A escola das mães é, portanto, um espaço de crescimento muito precioso e único oferecido às mulheres/mães de nossas alunas que pertencem às camadas mais pobres da população soteropolitana. Ao participarem, têm a oportunidade de investir no seu crescimento civil, social e político num curso de formação cidadã que junta e acompanha o das suas filhas(os). Os encontros são uma oportunidade de crescimento e experiência não só para as famílias, mas abrem-se a uma dimensão de reciprocidade.

Conforme as palavras de Cesare de Florio La Rocca, extraídas do início do vídeo “O caminho da cidadania”, onde o fundador do Axé é filmado durante um diálogo com as famílias: “Queremos ajudar vocês a serem melhores conhecedores de como educar uma criança. Aprendemos com vocês que são pais, mães, avós e parentes e aprendem conosco que somos educadores”.