Plantando Axé: uma Proposta Pedagógica
Nos Terreiros (lugares de culto, templos ou Igrejas) do Candomblé – onde as divindades renascem na vida e no espírito dos homens de cultura africana da Bahia – existe uma base material e sacra , constituída de elementos minerais , vegetais e animais plantados, como se fossem sementes no pavimento dos barracos , no momento em que são construídos.
Por isso se fala de “Plantar o Axé” que significa plantar a força sacra nas próprias bases do templo.
O Axé, é a energia que permite que as coisas venham a existir dentro de todas as formas de vida , se manifesta durante os rituais e cresce através da participação .
Quando novos membros são iniciados ocorre uma nova troca de Axé e aumenta o potencial energético de toda a comunidade.
Não é por acaso que esse é o nome desse Projeto que trabalha em Salvador com crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação de extrema pobreza nas estradas da cidade.
O Projeto Axé não é o fim em si mesmo e não pretende ser a solução. É um meio. Tem a força de um “ritual de passagem” , revivido em meio as contradições sociais desse final de século.
(em Bianchi Annamaria, O Axé da Bahia, Salvador 1993)
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